segunda-feira, 13 de abril de 2009

Extratos da palestra “Terrae Incognitae, Tempo e Sustentabilidade, proferida pelo Prof. José Pinheiro, da UFRN, patrocinada pelo LERHA –Lab.Estudos das Rel.H.Ambientais
Por Roberto Sousa

Segundo o Prof. Pinheiro, o surgimento dos estudos específicos sobre a Psicologia Ambiental se deu fora da psicologia, através da biologia, geografia e outros setores que lidam com o ambiente. Sommer disse que “estamos refazendo o ambiente em escala inédita mas não nos damos conta do que está acontecendo conosco mesmos.”
Através de figuras, o palestrante demonstrou que diferenças culturais interagem e interferem no/com o ambiente de forma totalmente diversa. Deu o exemplo da diferença entre brasileiros e norte-americanos na maneira de se posicionarem numa mesa para conversar.
O professor Pinheiro demonstrou, através de um exercício lúdico, como nossa idéia de ambiente muda à medida que as informações que mobilizam nossas ações passam de um sistema de primeira mão, para segunda, terceira ou quarta mão, e que as leituras dos mapas mentais que fazemos através das 3ªs e 4ªs mãos não estão sendo estudadas por ninguém, insinuando que este seria um bom tema para quem ainda está sem assunto para pesquisa para teses de mestrado e doutorado.
Citando exemplos do episódio do navio “La Amistad” e da queda do avião da Varig na selva amazônica por pane seca (Vôo 254), disse que a cognição ambiental de terceira mão, que é a representação de um mapa feito por outra pessoa para ser usado por uma terceira, leva a distorções severas da realidade, afirmando que:
- estamos acostumados a “voar por instrumentos”;
- nos comportamos com base no que representamos cognitivamente e;
- a maiorias das pesquisas em cognição ambiental se concentra na cognição ambiental primária.
Em seguida apresentou a dimensão tempo para o ambiente, resgatando o conceito de sustentabilidade como uma necessidade temporal, onde sustentar significa segurar e manter (no tempo).
Dizendo ainda que, incluindo essa dimensão na experiência ambiental, denota-se que o tamanho de um parque é diretamente proporcional ao modo como ele é utilizado, e atesta-se que vivemos uma espécie de alienação temporal através do imediatismo do eterno presente, onde o tempo do individualismo é diferente do tempo do bem comum.
Afirmando, por fim, que a inclusão da dimensão tempo na Psicologia Ambiental amplia a possibilidade de diálogo com as disciplinas que já consideram esse aspecto.

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